O Dia Mundial do Livro na Irlanda (ou algo do tipo)


Acabei de descobrir, lendo um post do maravilhoso Neil Gaiman, que hoje é o Dia Mundial do Livro na Irlanda. Sim, é isso mesmo, o dia mundial num país só, pelo que entendi. (Por aqui comemoramos em 23 de abril, data da morte de Cervantes e Shakespeare). Mas é uma boa desculpa para eu começar uma série de posts sobre a qual estava pensando há um tempinho: livros que marcaram a minha vida!

Sim, é só isso. E o plano, ainda por cima, é citar os títulos de acordo com o que aparece na minha cabeça, sem muita lógica.

Ok, vamos lá:

Deuses Americanos, Neil Gaiman

É uma história maluca sobre uma guerra de deuses antigos e novos nos Estados Unidos. Foi o primeiro livro que li dele, e posso dizer que mudou a minha vida, pois abriu um novo caminho na minha trajetória de leitora. Virei fã na hora.

O Oceano no Fim do Caminho, Neil Gaiman

Sabe aquele livro que é tão, tão bonito que chega a doer? Pois é. É uma versão fantástica da infância do autor, e é absurdamente belo.

A Mão Esquerda da Escuridão, Ursula Le Guin

Este livro foi uma super surpresa. Eu tinha um certo preconceito com o título e tal, mas tive de ler para um curso de literatura que estava fazendo pelo Coursera. E foi uma das melhores coisas que já me aconteceu, isso que sou meio contra essa coisa de ler obrigado. É uma história que se passa noutro planeta, habitado por humanos, cheio de intriga, reflexões e longas caminhadas num deserto gelado. Um dos principais temas é a questão do gênero, pois as pessoas daquele lugar podem assumir tanto a forma masculina como a feminina na hora do sexo. Assim, pode-se ser ao mesmo tempo mãe de alguns filhos e pai de outros. Parece muito doido, e é, mas vale a pena porque também é lindo.

À Espera da Neve em Havana, Carlos Eire

Encontrado num balaio da Feira do Livro de Porto Alegre. Paguei cinco pilas, se não me engano, e o deixei mofando na estante por um tempão. Na real, por alguns momentos até me arrependi da compra, pois era um livro longo e eu não sabia se seria bom. Até que uma hora decidi encará-lo e vivi uma das experiências mais marcantes da minha vida. Carlos Eire é professor de História em Yale, mas nasceu em Cuba um pouco antes da revolução. Ainda pequeno, foi mandando pelos pais aos Estados Unidos na chamada Operação Peter Pan (que enviou milhares de crianças da ilha à terra do Tio Sam nos anos 1960). Este livro é sobre a sua infância naquele mundo em transição e, por causa da escrita maravilhosa ou de alguma outra coisa que não sei explicar, é lindo! Ele teve uma continuação, sobre a sua chegada em terras yanquis, que se chama Learning to Die in Miami (dei uma procurada no Google e não achei versão em português, mas vai que tem), que também é ótimo. Não é um livro sobre política, mesmo, é sobre a nostalgia de perder um mundo inteiro, o mundo onde se cresceu.

Memória da Água, Emmi Itäranta

Outra compra por impulso, dessa vez na Livraria Cultura, e não por causa do preço, mas pela curiosidade que me gerou. A história se passa no futuro, numa Finlândia quente, dominada pela China, e onde a água é um bem muito precioso. A personagem principal é uma mestre do chá e, por causa disso, sabe demais sobre as nascentes do lugar… Lindo, sensível, muito interessante e, bom, assustador também, porque a gente não tem cuidado muito bem do clima e das águas…

OBS: Eu deveria colocar a imagem das capas, mas tenho de sair pro trabalho e quero postar logo. Então aí vai a Henriqueta lendo, um desenho que fiz para treinar, a partir de um do Liniers.


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