Quero uma janela!


Uma coisa sobre a qual penso bastante é qualidade de vida. Por isso, cuido da alimentação, analiso bastante como gasto meu tempo e meu dinheiro (embora volta e meia faça algumas besteiras nas duas áreas), procuro fazer exercícios, beber muita água, meditar e me exercitar… E, claro, trabalhar com o que me faz feliz.

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Adoro o meu trabalho: faço o que gosto e faço bem (sou assessora de comunicação numa câmara municipal). Passo o dia escrevendo e editando textos, e poucas coisas me fazem tão bem como escrever. Adoro encontrar a melhor forma para transmitir uma ideia ou um fato, escolher as palavras, dar ritmo às frases, deixar tudo “redondinho” … Também vejo um aspecto social muito importante nisso, pois ajudo a dar transparência ao processos político (que nos diz respeito sempre, quer gostemos, quer não). Por fim, recebo uma quantia razoável no fim de cada mês, o suficiente para levar uma vida digna.

Então por que às vezes me sinto tão inquieta? Hoje, ao sentir a inquietação se aproximando, resolvi enfrentá-la, perguntar por que ela estava ali, o que ela queria de mim. Quero ter uma vida bacana, da qual não me arrependa depois, aquele papo de qualidade de vida e tal, então é preciso ter esses momentos de enfrentamento. E concluí que ela nada tinha a ver com o trabalho em si, mas com o local onde ele é executado: tanto na minha sala como no Plenário, raramente vejo o sol. Sim, é o dia todo aquela luz artificial, irritante, barulhenta, insalubre, feia…

Que falta que a luz do sol faz na minha vida! Isso que procuro sempre caminhar para a Câmara (vou escrever ainda vários posts sobre isso), apreciando o céu e o ar e o sol e tudo o que o ar livre numa cidade mediana consegue nos dar. Mas daí entro no prédio e, para todos os efeitos, já é noite na minha vida. Porque sol de novo, só no dia seguinte (bom, o horário de verão atenua um pouco o problema, mas ele acaba bem rapidinho).

Acredito que muitas outras pessoas sejam afetadas por esse problema. E quantas até não acham que há algo de mais profundamente errado com o emprego que têm quando o grande problema é a falta de uma janela?

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Pelo visto, várias. Resolvi pesquisar rapidamente sobre o assunto no Google e encontrei uma entrevista com pesquisadoras que foram atrás exatamente de respostas a esta pergunta: falta de luz natural faz mal?  Claro, é só UMA pesquisa, mas os resultados batem com as minhas conclusões pós-enfrentamento da inquietação! É mais uma coisa importante a se pensar em relação ao trabalho: falamos muito de motivação e tal (nada contra, super necessário), mas há muito ainda a ser analisado/descoberto/abraçado pelas empresas e órgãos públicos e entidades onde as pessoas passam uma parte significativa de seus dias.

Taí, esta vai ser uma das minhas bandeiras: janelas – largas e limpas e lindas – para todos os trabalhadores!

Pode parecer besteira – mas evitar problemas como insônia e depressão não é realmente besteira, né? E evitar aquela angústia, aquela inquietação, aquela vontade de sair correndo e se estatelar ao sol e ao ar livre também não, acredito… Acima de tudo, ser feliz com o lugar onde estamos nunca pode ser visto como uma coisa menor.

 


Uma resposta para “Quero uma janela!”

  1. Esse era um dos problemas que eu tinha quando trabalhei num espaço subterrâneo…eu ficava inquieta demais. Agora tenho a oportunidade de dar uma voltinha no sol pelo menos a cada 2 ou 3h 🙂

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