110. Renato Borghetti e a gaita-ponto

Foto: renatoborghetti.com.br

Bem-vindos ao podcast Cinco Minutos de Português Brasileiro. Pelos próximos cinco minutos, vou falar em português brasileiro de forma clara e pausada. 

No domingo passado, dia 19 de janeiro de 2025, assisti ao vivo, pela primeira vez, ao show de um artista que admiro há muitos anos. Há uns quarenta anos, mais ou menos. Eu assisti a um show do Renato Borghetti, também conhecido como Borghettinho. O show do Borghettinho foi parte do primeiro Summer Jazz Festival, que está sendo realizado aqui em Porto Alegre entre os meses de janeiro e fevereiro. 

(Sim, o nome do evento é em inglês, Summer Jazz Festival, em vez de Festival de Jazz de Verão, como seria em português. Apesar disso, não posso reclamar, os shows até agora foram maravilhosos e, melhor ainda, a entrada é gratuita, ou seja, não é preciso pagar nada para assistir às apresentações!)  

Renato Borghetti é um gaiteiro. Ou seja, ele é um músico que toca um instrumento chamado gaita-ponto. A gaita-ponto é um instrumento musical muito parecido com o acordeom. A diferença é que a gaita-ponto tem botões no lugar de teclas. No Brasil, a gaita-ponto é bastante utilizada na música nordestina, especialmente no forró. A gaita-ponto também é muito popular na música gaúcha, ou seja, na música do Rio Grande do Sul.

Minha avó materna adora gaita-ponto, e chegou a tocar o instrumento na juventude. Foi na casa da minha avó que conheci a música do Borghettinho. Minha avó tinha o primeiro disco do artista, e eu adorava ouvir e dançar ao ritmo das músicas. 

Renato Borghetti, o Borghettinho, nasceu em Porto Alegre no dia 23 de julho de 1963. Ele começou na música aos 12 anos de idade, tocando uma gaita-ponto que ganhou de seu pai. Em pouco tempo, ele já tocava num CTG, num Centro de Tradições Gaúchas. Um CTG, um Centro de Tradições Gaúchas, é um local onde pessoas se reúnem para cultivar a cultura gaúcha por meio de dança, música, esportes e, claro, churrasco. 

Aos 16 anos, Borghettinho se apresentou na 9ª Califórnia da Canção Nativa. A Califórnia da Canção Nativa é um concurso musical realizado no Rio Grande do Sul há mais de cinquenta anos. Borghettinho também ganhou o primeiro disco de ouro da história da música instrumental brasileira com o seu primeiro álbum, que foi gravado em 1984. 

Borghettinho mescla, ou seja, mistura folclore e modernidade em suas composições para a gaita-ponto. Ele tem 26 discos gravados e dezenas de participações em gravações. Além de se apresentar em todo o Brasil, ele também faz shows no exterior, ou seja, em outros países. 

Borghettinho também é o idealizador, ou seja, o criador do projeto Fábrica de Gaiteiros. A Fábrica de Gaiteiros é uma rede de escolas de música para crianças e adolescentes com foco na gaita-ponto, claro. As crianças e os adolescentes estudam o instrumento de forma gratuita, ou seja, sem pagar nada. Atualmente, existem 18 unidades, ou seja, 18 escolas, espalhadas pelos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e, ainda, no Uruguai. O projeto Fábrica de Gaiteiros conta ainda com uma fábrica de gaitas, localizada na cidade Barra do Ribeiro.

Obrigada por ouvir até aqui.

A transcrição deste episódio está no site www.melissabarbosa.com.br

Até o próximo, tchau!